



A Espiritualidade Cristã é bíblica, nasce da
Palavra de Deus e do contato com a realidade. Através dela, somos
chamados a ser “Sal da terra, luz do mundo” (Mt 5, 13-16),
testemunhas vivas da ação de Deus, do sopro do Espírito Santo
sobre nós.
Dinâmica, a espiritualidade é fruto de um
caminhar diário e evolui, amadurece a partir das experiências que
fazemos do Espírito de Deus em nossas vidas.
De acordo com Irmã Maria Helena Braga, das
Irmãs Oblatas, a espiritualidade de cada pessoa começa no momento
de sua formação no ventre da mãe. “Somos portadores do sopro de
Deus desde o momento da concepção. Ali, no ventre da mãe, nosso
primeiro Sacrário, o Espírito de Deus já está presente,
acompanhando toda a gestação”, explica.
Depois que nascemos nossa infância e juventude
está pontuada de momentos em que podemos notar traços de
espiritualidade, como: as orações que aprendemos com os pais, os
ensinamentos dos avós, professores, enfim, de todas as pessoas que
nos ajudaram a ter nossa primeira experiência de Deus. “A base de
nossa espiritualidade está na família, é o que podemos chamar de
espiritualidade caseira ou primeiras experiências com o Deus da
vida.
Depende de nós o desenvolvimento desta fé”,
esclarece a Irmã. Atualmente, vivemos em um mundo conturbado, com
várias guerras, injustiças, exclusões, desrespeito e ausência de
valores, mergulhada no consumismo e na busca indiscriminada do
prazer. Uma sociedade que, como nunca, busca e tem sede de
espiritualidade. Nesta busca se desorienta diante de tantas
ofertas e muitas vezes se distancia do verdadeiro Manancial que é
o Deus de Jesus. Concretização da bondade do Pai, Jesus deixa
claro em todos os seus ensinamentos a opção pelos pobres e
excluídos. Todas as parábolas contadas por Ele falam de
misericórdia, perdão, escuta e acolhida; bases para o
amadurecimento de nossa espiritualidade. No grupo que O acompanhou
enquanto esteve entre nós aqui na terra, havia cobradores de
impostos, pobres, doentes e mulheres descriminadas, machucadas,
abandonadas; mostrando-nos que o caminho para a Redenção parte de
uma atitude concreta diante do sofrimento, da realidade do outro.
Colaborou
Ângela Genova Sanches
jornalista
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